Era um finzinho de madrugada
na boca um traço daquele tinto cuja garrafa jazia ao lado da cama,
no coração um calor que lhe brotava na face,
e a satisfação de uma fome desconhecida até então.
Naquele momento descobriu-se suficiente,
gostava e queria aquela companhia,
mas não precisava mais dela.
Ao longe escutou uma batucada aproximando-se,
fechou os olhos imaginando na pele um toque leve e delicado,
pétalas,
pétalas,
esqueceu no rosto o sorriso enluarado,
mais forte, o ritmo batucava na calha de casa
e o cheiro úmido da generosa embalou-lhe em mais um sonho.