Somos uns
filhos da puta do caralho e não tem merda nenhuma que possamos fazer a não ser nos
apinhar em esquinas, pontos de ônibus, portas de lotérica, restaurantes por
quilo.
Farmácias.
Só entupido
de remédios pra suportar a agonia de viver com você.
Odeio você em
cada farol quebrado por onde passo, em cada buraco em que caio, em cada poça de
água podre que me espirra no pé.
Toda essa
porra me enoja: essa sujeira que fica por seu rastro, esse mau cheiro, essa
fumaça, essa mentira.
Você é
escombro e seus prédio pútridos mostram a ironia em seus espelhos: somos todos
iguais nesta noite!
É sempre
noite em seu seio, é sempre feia sua noite.
Não há
prazer em suas curvas; sua chuva turva encharca de tristeza nossas almas órfãs.
E é aqui, do
cu do mundo onde eu moro - onde a água desaprendeu a chegar nos canos, onde
canos quentes botam pra foder - que eu choro, vez por outra, ao ver suas luzes
como estrelas piscantes prometendo um amanhã melhor.
O quão
melhor é ter um amanhã?
Sei que nem
a bala que vara minha janela me encontra; se há algo de bom nisso tudo, é que
você me livrou do medo que eu sentia a cada zunido ou grito.
Alargo o
passo sobre o presunto dos pés juntos - não me interessa saber quem era.
Há Deus? Só
para os seus!
PS: esta é uma obra de ficção. Amo SP!
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